15 de setembro de 2008

Aos Médiuns




Que a paz do Senhor nos felicite os corações.


Mediunidade com Jesus é serviço aos semelhantes.


Desenvolver esse recurso é, sobretudo, aprender a servir.


Aqui, alguém fala em nome dos espíritos desencarnados; ali, um companheiro aplica energias curadoras; além, um cooperador ensina o roteiro da verdade; acolá, outrem enxuga as lágrimas do próximo, semeando consolações.Contudo, é o mesmo poder que opera em todos.


É a divina inspiração do Cristo, dinamizada através de mil modos diferentes por reeguer-nos na condição de inferioridade ou de sofrimento ao titulo de herdeiros do Eterno Pai.


E nessa movimentação bendita de socorro e esclarecimento, não se reclama o titulo convencional do mundo qualquer que seja, porque a mediunidade cristã, em si, não colide com nenhuma posição social, constituindo fonte do Céu a derramar benefícios na Terra, por intermédio dos corações de boa vontade.


Em razão disso, antes de qualquer sondagem das forças psíquicas, no sentido de se lhes apreciar o desdobramento, vale a consagração do trabalhador à caridade legítima, e cujo exercício todas as realizações sublimes da alma podem ser encontradas.


Quem desejar a verdadeira felicidade, há de improvisar a felicidade dos outros; quem procure a consolação, para encontrá-la, deverá reconfortar os mais desditosos da humana experiência.


Dar para receber.Auxiliar para ser amparado.Esclarecer para conquistar a sabedoria e devotar-se ao bem do próximo para alcançar a divindade do amor.


Eis a lei que impera igualmente no campo mediúnico, sem cuja observação, o colaborador da Nova Revelação não atravessa os pórticos das rudimentares noções de Vida Eterna.


Espírito algum construirá a escada de ascensão sem atender às determinações do auxilio mútuo.


Nesse terreno, portanto, há muito que fazer nos círculos da Doutrina Cristã rediviva, porque não basta ser médium para honrar-se alguém com as bênçãos da luz, tanto quanto não vale possuir uma charrua perfeita, sem a sua aplicação no esforço da sementeira.


A tarefa pede fortaleza no serviço com ternura no sentimento.


Sem um raciocínio amadurecido para superar a desaprovação provisória da ignorância e da incompreensão e sem as fibras harmoniosas do carinho fraterno, para socorrê-las, com espírito de solidariedade real, é quase impraticável a jornada para a frente.


Os golpes da sombra martelam o trabalho iluminativo da mente por todos os flancos e imprescindível se torna ao instrumento humano das Verdades Divinas armar-se convenientemente na fé viva e na boa vontade incessante, a fim de satisfazer aos imperativos do ministério a que foi convocado.


Age, assim, com isenção de ânimo, sem desalento e sem inquietação, em teu apostolado de curar.


Estende as tuas mãos sobre os doentes que te busquem o concurso de irmão dos infortunados convicto de que o Senhor é o Manancial de todas as Bênçãos.


O lavrador semeia, mas é a Bondade Divina que faz desabrochar a flor e preparar-se o fruto.


É indispensável marchar de alma erguida para o Alto, vigiando, embora as serpentes e os espinhos que povoam o chão.


Diversos amigos se revelam interessados em tua tarefa de fraternidade e luz e não seria justo que a hesitação te paralisasse os impulsos mais nobres, tão somente porque a opinião do mundo te não entende os propósitos, nem os objetivos da esfera espiritual, de maneira imediata.


Não importa que o templo seja humilde e que os mensageiros compareçam na túnica de extrema simplicidade.


O Mestre Divino ensinava a verdade à frente de um lago e costumava administrar os dons celestiais sob um teto emprestado; além disso, encontrou os companheiros mais abençoados e fiéis entre pescadores anônimos, integrados na vida singela da natureza.


Não te apoquentes, meu irmão, e segue com serenidade.


Claro está que ainda não temos seguidores leais do Senhor sem a cruz do sacrifício.


Mediunidade é um madeiro de espinhos dilacerantes, mas com o avanço da subida, calvário acima, os acúleos se transformam em flores e os braços da cruz se convertem em asas de luz para a alma livre na Eternidade.


Não desprezes a tua oportunidade de servir e prossegue de esperança robusta.


A carne é uma estrada breve.


Aproveitemo-la sempre que possível na sublime sementeira da caridade perfeita.


Em suma, ser médium no roteiro cristão é dar de si mesmo em nome do Divino Mestre, e foi Ele que nos descerrou a realidade de que somente alcançam a vida verdadeira aqueles que sabem perder a existência em favor de todos os que se constituem seus tutelados e filhos de Deus na Terra.


Segue, assim, amando e servindo.


Não nos deve preocupar a ausência da alheia compreensão.


Antes de cogitarmos do problema de sermos amados, busquemos amar,

conforme o Amigo Celeste nos ensinou,


Que Ele nos proteja, nos fortifique e abençoe.


Bezerra de Menezes


1 comentários:

Deia entrelinhas croche & bordados disse...

Esse seu blog é um balsamo para mim.
Beijos Déia

Postar um comentário